DE TÉCNICO, MÁGICO E LOUCO ... - Tão Lana

     Sebastião de Assis Lana (Tão Lana), natural de Timóteo, MG, ė graduado em Letras /Português / Espanhol pela UNIUBE.
     Foi funcionário público do Município de Timóteo nas áreas: Educação, Cultura,   Esporte e lazer. Atua também como produtor cultural e Ouvidor do Legislativo Timotense . Amante do esporte e  do futebol , foi contador de histórias futebolísticas em programa de rádio na Rede Católica de Rádio (RC R) do Vale do Aço.

“A bola não admite truques - só efeitos sublimes.”
(Jean Giraudoux)
Falemos de uma paixão nacional: o futebol e seus técnicos. Intelectuais, supersticiosos, demasiadamente humanos, geniais,  científicos, “laissez-faire”, cada um, a sua maneira, desempenhava suas funções num meio onde tudo se aplica.

Humanistas e pensadores, como “Titio” Orlando Fantoni, Ondino Vieira e João Saldanha, nunca serão esquecidos pelos feitos, frases e legado ao nosso desporto. A mais ninguém caía tão bem o título de “tio” como a Orlando Fantoni, que representava o “paizão”, com ensinamentos de união, fraternidade e religiosidade inabalável, os quais transmitia a seus pupilos pelos grandes clubes por onde passou. Ondino Vieira surgiu com novo jeito de falar e de ensinar e, como Simon Bolívar, entendia que nenhuma batalha seria exitosa  se  o  comandante  não  soubesse empregar as palavras de incentivo no momento certo, crucial.

Dentre os inovadores, destaca-se o admirável João Saldanha: forte, moderno, intelectual e preocupado com o “além campo”,  tinha a dimensão exata da força do futebol e de como essa paixão poderia ser utilizada com interesses outros. Disse que “a esfericidade de uma bola universaliza, numa releitura, o sentimento de liberdade, e ela pode rolar para todos.” Certa feita, o  General  presidente tentou interferir na convocação da seleção e Saldanha retrucou: - “Senhor, escale seu ministério que da seleção cuido eu”.

Orlando Fantoni,    Ondino Vieira,    João Saldanha,    Flávio Costa,    Cláudio Coutinho,    Vicente Feola,     Duque    e Zezé Moreira
Dois treinadores ainda marcaram época pela posição moderna  e  revolucionária:  Flávio Costa e o Capitão Cláudio Coutinho, ambos inesquecíveis pela disciplina, modernidade tática e evolução do sistema de preparação física. Coutinho ficou conhecido pela célebre frase: “O Brasil foi o campeão moral desta copa”, referindo-se a um dos erros (?) mais crassos de arbitragem dos mundiais cometidos na Copa de 1978, o qual só perdeu para a “mão santa” do genial Maradona.

Lembremos Feola, de estilo menos pragmático. Diziam que ele dormia enquanto os craques se digladiavam em campo.
Duque ficou famoso por orientar seus jogadores utilizando um megafone. Juquita utilizava as “forças do além” e, quando seus adversários eram baianos, podia-se cravar um empate no bolão.
Zezé Moreira,  estrategista,  errou  ao barrar Zizinho da seleção de 54 na Suíça.  O jogador era porta-voz do grupo e a antiga CBD “sugeriu” seu corte.

Tantos outros merecem destaque. Por falta de espaço fico nestes, não sem antes homenagear Cartolina que, vendo seu time tomar três gols em minutos, ordenou: “Arrecua, arrecua os ARFES pra evitar CATASTRE,” e o filósofo dos gramados, Neném Prancha, descobridor de Heleno de Freitas e autor da frase: “Pênalti é uma coisa tão importante que só devia ser cobrado pelo presidente do clube.”





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