O TOQUE DOS SINOS - CLÁUDIO DUARTE

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) tem projeto para que a simbologia do toque dos sinos seja registrada como bem imaterial. O projeto original consistia na elaboração de inventário do toque dos sinos por meio de partituras, textos, gravações e documentação diversa. Consultado a respeito, o IPHAN informou que foi elaborado o projeto para registro dos sinos como patrimônio cultural imaterial, que todo o material da pesquisa encontra-se disponível no site do IPHAN e pode ser consultado na página relativa a Minas Gerais - Patrimônio Cultural Imaterial - Toque dos Sinos Patrimônio Cultural Brasileiro.
A linguagem dos sinos era essencial para o acompanhamento de cultos e solenidades religiosas. Mais que isto, informava os atos mais importantes da vida dos moradores. Em São João Del Rey, o toque do sino de São Raimundo Nonato, considerado o protetor das gestantes, na Igreja das Mercês, informava quando uma moradora entrava em trabalho de parto.
Os toques fúnebres eram muito populares; pelo toque era possível saber se o falecido era homem ou mulher.
Pelo toque, os moradores identificavam se haveria missa e a que horas; os mais experientes identificavam até o padre que a celebraria, se o vigário ou se o pároco.
As novas gerações têm sofrido alienação em relação ao que é tradicional e religioso. Além disto, o progresso trouxe substitutos para o toque dos sinos: a sirene das ambulâncias alerta sobre os doentes, e as sirenes dos carros de bombeiros substituíram o toque de incêndio.
A história é dinâmica; culturas vêm e vão. Ainda há sineiros que sabem reproduzir o toque dos sinos mas, se não houver registro, essa tradição pode perder-se.
Cláudio Eustáquio Duarte
Cel. da Reserva do Exército Brasileiro.
Graduado em Direito
e em Educação Física
claudio_duarte@hotmail.com