TRANSFORMAÇÃO CULTURAL, UMA FERRAMENTA DE MUDANÇAS - JOSÉ REIS DA SILVA



“O óbvio é aquilo que ninguém enxerga, até que alguém o expresse com simplicidade’’                    
Khalil Gibran
A aceitação do novo é uma necessidade que implica em mudança de postura das pessoas que integram o alto escalão das empresas estabelecidas independente de seu segmento de atuação. Quando a liderança abraça esta ideia, a mudança começa a acontecer e a envolver toda estrutura que compõe o corpo gerencial.
Hoje, quase três décadas após a queda das barreiras protecionistas que caracterizavam o mercado brasileiro, que se viu inserido pelo vendaval de mudanças no mercado global, sem o preparo adequado aos desafios vigentes no fornecimento de produtos e serviços, medito as  palavras que deram o startup (partida) para estas mudanças ditas com simplicidade por uma autoridade que naquele momento traduzia o sentimento de um país cansado da falta de  inovação, consequência do monopólio das montadoras automobilísticas estabelecidas até   então: “O Carro brasileiro é uma carroça”. Se não houver nenhuma atitude para evolução da melhoria da qualidade e segurança, abriremos o mercado para a importação.
Naquele momento uma euforia de sentimentos até então represados foi liberado e o otimismo dos consumidores cresceu em proporções gigantescas pela abertura da livre concorrência num país cuja característica de protecionismo persistia há mais de três décadas.
Com a queda do muro de protecionismo, as grandes empresas que até então viviam sob o guarda-chuva governamental começaram a enfrentar a concorrência estrangeira e ruíram por falta de inovação porque os elementos fundamentais de uma verdadeira transformação cultural são consequências da mudança das mentalidades das pessoas e dos sistemas de crença, e só ocorre quando as pessoas começam a perceber a qualidade de uma maneira diferente como uma estratégia vital para melhorar a segurança, produção, rentabilidade e sustentabilidade.
No princípio, as fracas tentativas de melhorar o nível da qualidade podem ser difíceis de encontrar pois, as mudanças podem se perder no dia-a-dia da organização onde as ideias de mudanças são atribuídas como responsabilidade de supervisores e gerentes da produção que o fazem por tentativas.                                                                                         
Quando uma organização persegue uma cultura de inovação que exige criatividade, as novas ideias devem ser compatíveis com as “ideias vindas da diretoria” e devemos lembrar que a administração de uma organização é uma estrada de mão dupla e as ideias não fluem em um só sentido.
As iniciativas de inovação, como programas de melhoria, treinamento e aprimoramento do envolvimento dos funcionários, podem abrir a porta para uma mudança de mentalidade, mas os resultados de uma mudança cultural não serão imediatamente percebidos porque os primeiros passos não aparecem rapidamente nos resultados. Ao perceber a mudança nas mentalidades e a delineação de ações que suportam a mudança, celebre as pequenas vitórias com cautela e não enxergue esta mudança como um ponto de virada. Uma mudança contínua no sistema e resultados positivos globais são necessários antes que esta comemoração possa ser feita.
Seja prudente na crença em histórias de transformações de outras organizações que  podem parecer diretas e lineares. A verdade é que isso muitas vezes é estabelecido em passos lógicos, devagar e sempre, para  alcançar o  sucesso e o caminho para a transformação é complicado, e não muito claro. As relações de causa e efeito afirmadas geralmente estão mascaradas.
A inovação mencionada anteriormente, pode ser visto como o surgimento de várias ideias, seguidas por um fluxo de ideias e energia, e mais tarde podem resultar  em novos  produtos e serviços, ou mesmo uma nova organização. E até  uma  curva de  desempenho  diferente para o próximo desafio.
José Reis da Silva
MBA Gestão da Qualidade
Auditor de Sistemas de Gestão.
Fone.: (31) 3847 1254 -9 8890 6355
sieravalis@gmail.com


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